sexta-feira, 29 de julho de 2016

Tchakaze encarna Ivone Chaka Chaka na recente aventura musical “Ximbvemo”

A artista revelação feminina da maior parada musical, Ngoma Moçambique, com a música “Donguissa”, está de volta. Desta vez, a cantora moçambicana Tchakaze traz na bagagem a música “Ximbvemo”, inspirada no sucesso da sul-africana Ivone Chaka Chaka intitulada “Umqombothi”.
A instrumental e o compasso são inconfundíveis, aliás, a letra também tem muito de idêntico com a música original. O que Tchakaze fez exactamente foi traduzir a letra em português e quase no fim acrescentou alguns versos, dando o seu contributo à música.

É uma verdadeira homenagem. Quem ouve, com certeza recua no tempo, precisamente no início da década 90, ano em que a música foi lançada. Mas, ao mesmo tempo, o ouvinte não perde a essência da actualidade na voz melódica e suave da moçambicana.

Além de português, o changana é outra língua usada; e no lugar de umqombothi - bebida tradicional sul-africana - a cantora usou a bebida moçambicana: ximbvemo.

A recriação é tão perfeita que não nos faz ter saudades da música original. Tchakaze, que com as músicas “Nkata” e “Donguissa” mostrou seus dotes de compositora, mostra-nos que é capaz de atingir grandes proezas interpretando as músicas dos outros.

Claramente que há responsabilidade. Pois esta nova aventura musical cutuca o baú de uma artista de craveira com mais de 10 álbuns na bagagem. Nada fácil para uma artista que embora já visível esteja a dar os seus primeiros passos.

Além de interpretar, Tchakaze encarna a música e a moçambicaniza. Não só com a língua como também com a bebida lá descrita.

É uma música para se escutar, mas também para se dançar. Certamente para os momentos de alegria e bem-estar. É uma aposta diferente para a cantora que aborda nas suas músicas o amor e os problemas sociais. “Ximbvemo” não sai sozinha. Esta música é acompanhada por “Guitarra de latinha”. Só que esta é mais sentimental, pois aborda um problema grave: a mendicidade. Mas Tchakaze retrata aqui uma criança de rua com um grande talento, é tocador de guitarra de lata. A guitarra aparece como refúgio para aqueles momentos tristes e desastrosos, que até o fazem esquecer que não tem tecto.
As duas músicas estão disponíveis a partir de hoje na internet.

BIOGRAFIA


De nome verdadeiro Teresa Rangel Semende, Tchakaze nasceu em Maio de 1990. Natural de Maputo, cresceu no bairro de Malhazine. Sempre gostou de cantar e foi destaque em grupos de canto na Igreja Metodista Unida, onde é crente. Aos 17 anos, pela primeira vez, teve o privilégio de subir a um palco como corista do músico Peny Peny, na companhia das irmãs Belita e Domingas juntamente com a banda Omba Mô. Permaneceu com esta banda algum tempo, fazendo coros para vários artistas moçambicanos até que começou a profissionalizar sua carreira. Esse sonho começa na banda Tangalane, onde era vocalista principal até fins de 2010. Em 2014, entra para Indústria de Bom Som (IBS), onde grava sua primeira música a solo “Nkata”. Logo em seguida lança a música “Donguissa”, que lhe valeu dois prémios: Melhor canção pela 99FM e Revelação Feminina no Ngoma.

A nova proposta do pintor Mbongane, Mulher entre o poder financeiro, académico e conflito

Mbongane falando do seu trabalho
As mulheres moçambicanas tendem a registar uma significativa participação no meio académico e empresarial nacional, igualando-se, em alguns casos aos seus pares homens. Contudo, tal progresso gera em certos meios familiares conflitos entre parceiros.

É sobre este contexto que o Evelisio Jasse, ou simplesmente Mbongane, pega no seu pincel para pintar obras a favor de uma maior liberdade 
da mulher moçambicama e do resto do mundo.

 As obras de Mbongane, cuja exposição deu o nome de “Conflito de género, poder financeiro e académico feminino”, estão patentes no espaço cultural do Instituto Cultural Moçambique-Alemanha (ICMA).

Obras como: “Submissão”, “Violência domestica”, “My love”, “Sexta-feira”, retratam a pretensão de Mbongane em pintar o conflito de género que se regista nos últimos tempos na sociedade moçambicana.

Mbongane pintando
Nesta exposição, a decorrer de 4 de Agosto próximo, quinta-feira, a 4 de Dezembro deste ano, o pintor exibe uma variedade de obras, algumas como títulos sugestivos, como “Dzamwamwa”, “O que é ser um Homem Moderno”, “Promiscuidade” e “Alcoolismo”, retratando dor e sofrimento por que passam as mulheres no seu quotidiano.

Todas as suas obras foram produzidas com base na técnica mista, acrílicos, oil sticks. "A minha arte é expressionismo focalizada na crítica social e política universal, com maior destaque para a realidade moçambicana”, explicou ao jornal Sábado, este artista radicado na Alemanha desde 2002, saido do místico bairro de Mafalala, na cidade de Maputo.
Uma das obras do Mbongane


Mbongane diz estar "muito desencantado com o seu país" devido a dificuldades para aquisição de material do seu trabalho artístico. "A única loja que tinha algum material com qualidade fechou. A minha sorte foi ter trazido algum material da Alemanha, caso não seria um caus isto”, ou seja, não teria possibilidades de expôr as suas sobras dentro do seu próprio país, rematou o pintor, lamentando ainda a falta de galerias no país como algo que "pode enfraquecer a classe artística moçambicana".








terça-feira, 26 de julho de 2016

Tassiana Uma voz a definir o seu Chão

A sua relação com a música é bem antiga, embora não o faça profissionalmente, todavia há muita vontade de melhor e de se tornar profissional na arte. São primeiros passos, ainda sem trajetória de menção, apenas alguns concertos na capital do país, e através desses concertos conseguiu uma visibilidade, e que chamou atenção aos TP50 ao ponto de ser endereçada um convite para o concerto “para falar de amor”, deste agrupamento, realizado no passado dia 23 do Julho corrente no Auditório do Teatro Avenida na cidade de Maputo.

Diz Tassiana, ser uma boa experiência, “estou super grata”, estar a trabalhar com o elenco dos TP50, porque na verdade existe la muita coisa, como a componente teatral que integra na música em simultâneo, algo exclusivo, para além de estar ao lado de grandes figuras da música moçambicana, caso da Xixel Langa que é uma das sus referências.

Muito antes de expor o seu trabalho no mercado, Tassiana diz ser prioritário nessa fase, por ser também um desejo enorme, colaborar em mais projetos, trabalhar com mais artistas profissionais, e aos poucos gravando e atuando, e esperar o momento certo para dar o seu trabalho final ao público.

Embora a produção do seu disco ainda esteja numa fase embrionária, já existem composições autorais, “ o que preciso agora é espaço para gravar e disponibiliza-las para o público”, explica a Tassiana que para a produção da mesma conta com o Milton Gulli na frente da ação.

Aprecia muito a voz da Xixel Langa, “tenho que dizer isso com muita humildade, mas sou grande fã da Tânia Tome”, o facto de artistas contemporâneo apresentarem a marrabenta numa fusão com elementos de musica pop, etc, comove muito a Tassiana, “ o exemplo disso é a Banda Cacana que tem feito trabalho de alta qualidade”, confessa a artista que também admira a cantora de jusão de jazz, soul e r&b, Isabel Novela.
 
Banda Gran Mah também é destacada pela Tassiana, que para além da Mingas, gosta de outros artistas da Velha escola como Stewat Sukuma, Hortênsio Langa, e tantos outros, “são muitos, e não vou dizer que todos esses me inspiram diretamente, mas são referências que eu tenho e recurso de aprendizagem”, explicou.

Não sei se consigo sentir um movimento, ou um coletivo, mas pareço que a vontade que há-de trazer de volta a marrabenta e em urbaniza-la também, acho que é um movimento importante. Tem de haver uma recuperação e valorização da música tradicional, mas fazer com criatividade e não estarmos fixos as bases, juntar isso com hip hop, o jazz, o regue, etc.

Tassiana Tome teve muito contacto com a música e o movimento hip hop, e diz ela ter aprendido muito com o estilo RAP, “ gosto muito deste movimento, para além de movimentar massas, é um estilo rico em termos de poesia, que presta atenção, pode aprender muito, dando exemplo de nome sonante do Azagaia”, disse.

Para Tassiana, em moçambique não existe Indústria Musical, “o que acho que existe são exerções, ou artistas que são exerções que tem conseguido preencher espaços vazios a custo de grandes sacrifícios”, explica a fonte que não reconhece nenhuma plataforma que permite aos artistas terem fundos para desenvolverem os seus projetos.

O projeto TP50 é um movimento importante no circuito cultural urbano em Moçambique, pois para a nossa fonte, este tem ricos elementos artísticos, destacando o lado de homenagear referências e figuras moçambicanas, fazendo um trabalho de caracter publico, que segundo a Tassiana, devia ser o Ministério da cultura a fazer, Rematou.

“Eles conseguem uma coisa muito bonita que é reunir músicos e dar espaços para pessoas amadoras como eu… os TP50 tem esse dom de fazer uns aprenderem com os profissionais, dar espaço, dar vos e visibilidade, e espero que isto tenha sustentabilidade para ganhar mais visibilidade fora também”.


segunda-feira, 18 de julho de 2016

Festival de Hip Hop no Franco Mocambicano


Félix Moya Celebra bodas de porcelana

Félix Moya, musico moçambicano natural de Inhambane, completa 20 anos de carreira neste 2016, o correspondente a bodas de porcelana. Para assinalar essas bodas que celebram uma caminhada com muitas nuances, sabores, vivências e muitos encontros, o artista oferece aos seus fãs um novo álbum de originais com um lançamento oficial marcado para Novembro próximo na capital do País.

Intitulado “Retrospectiva”, a obra discográfica faz fusão entre ritmos de Moçambique e do mundo. Mas ressalva as grandes referências de ritmos da terra natal do artista e um pouco de uma África profunda, buscando bases e exemplos de nomes como; Papa Wemba, Habib Koité, Pépé Kalé, Mulatu Astake entre outros.

Talvez seja por isso, que a par dos seus ídolos, Félix Moya canta melancolicamente. Seja num tema que exalta as farturas da vida, Moya liberta a alma entristecida dentro dos seus acordes."Eu canto triste, até músicas alegres. Nunca entendi as razões disse, apenas acontece", confessa.

Dono de uma melodia torturadora em noites sofridas e frias, Félix Moya, apresenta-se como um músico sem preconceitos; canta marrabenta, zouk e um pouco de afro-funk. A sua obra viaja o mundo inteiro, mas nunca se esquece do seu berço, Moçambique, onde moram os seus defuntos e deuses.

Por razão disso, Moya, sonha com uma indústria de música que se preocupe em influenciar as novas gerações a preservarem a riqueza dos nossos ritmos. Para o efeito, o nosso entrevistado, tem apoiado de várias formas os mais jovens que se iniciam nas lides musicais. E foi assim que também lhe aconteceu no começo da carreira, foi apadrinhado pelos mais velhos.

"Aos mais novos, sempre lhes digo para que façam o que lhes vem na alma, mas sem esquecerem as suas raízes”.

De acordo com a nossa fonte "Não é preciso fugir da sua naturalidade nem a sua realidade para poder pôr as suas obras no estrangeiro". Moya acrescenta que foi em reconhecimento a naturalidade do seu trabalho, que canais como RDP África e no RFI divulgam com frequência as suas músicas.

O artista não acredita no conflito entre as gerações, aposta na partilha, confiança e pacto entre os músicos e artistas de outras expressões. Canta triste, mas está bastante alegre com o rumo da carreira iniciada na terra tranquila e prometida, Inhambane.

O maior orgulho a destacar em relação aos 20 anos da carreira do Félix é o “facto de eu ter contribuído para o enriquecimento da cultura moçambicana, através da minha música, tendo tentado exportar o nome de moçambique para além fronteira”, afirma o artista, realçando que o facto pode ser testemunhado por os que tem acompanhado a sua carreira e também os amantes da música moçambicana.

Félix acredita que para além de entreter, o músico tem a função de educar, e ao longo da sua carreira tentou manter como espinha dorsal a valorização das línguas nacionais nas suas músicas, apesar de internacionalizar a sua música ritmicamente, a identidade moçambicana está lá presente.

Félix Moya destaca algumas pessoas que lhe marcaram e que deram muito contributo no início da sua carreira a solo, “ o Xidiminguana é meu pai espiritual, este me inspirou muito no âmbito cultural, para além do seu filho Bernardo que é meu produtor”. Zé Pires, produtor do seu primeiro álbum é referenciado neste destaque, pois, “este álbum que o Zé originou tem uma faixa, “Livangone”, que ganhou, em 2003, melhor canção. Neltom Miranda também é outra figura que marcou e suportou o início da carreira deste músico da terra de boa gente e que hoje celebra 20 anos de carreira.

A partir de 1992, Félix Moya junta se a um agrupamento chamado “Satélites”, com colegas como Roberto Isaías e outros. Aqui assimila bases mais sólidas para a construção de uma carreira mais profissional, que tomaria um outro caminho em 1996, quando Félix Moya abraça carreira a solo, e com assistência do seu amigo Necco Novela. Foi ao lado do Necco que produz e grava, ainda no mesmo ano, o tema “Unganhihuli” que veio ganhar, em 1997, o prémio Revelação no Ngoma.
Mas é importante recordar que Félix Moya teve grandes colaborações com nomes importantes da nossa música, casos de; Stiwart Sukuma, António Marcos, Júlia Mwito, Elsa Mangue, Joana Coana, Elvira Viegas, Joaquim Macuacua e muitos mais.


“Retrospetiva”, álbum a ser lançado oficialmente para o público em Novembro próximo, e que também vem marcar a celebração dos 20 anos da carreira do Félix Moya, é caracterizado por temas sociais e bastantes profundas, com forte marcas do atual cenário em que o país e o mundo se encontram nos últimos tempos.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

TP50 REPÕE CONCERTO “PARA FALAR DE AMOR”

A pedido do público, o agrupamento TP50 vai repor, no dia 23 de Julho, no Teatro Avenida, o concerto “Para Falar de Amor”.
O show, que comporta 16 temas musicais de vários artistas brasileiros, é uma fusão de Música Popular Brasileira, declamação de poesia de vários países de Língua Portuguesa baseada no tema do amor, e teatro.
O elenco vai ter Tassiana Tomé como voz principal,suportada pelas vozes (mais) experientes de Xixel Langa e Nina Ângela, e da versatilidade de Bruno Huca, acompanhada por uma banda já bem conhecida - Texito Langa, Alcídeo Pires, Miguel Prista, Catarina Sofia, Eufrásio, Timóteo Cuche, Milton Guli, Hélder Gonzaga e António Prista.
“Para Falar de Amor” foi o concerto de abertura da época do agrupamento TP50, em Abril do corrente ano, e teve lotação esgotada.
TP50 é um conjunto musical informal e aberto que se tem dedicado, desde 2007, à promoção do intercâmbio cultural entre Moçambique e outros países lusófonos. Neste âmbito já desenvolveu, desde 2007, mais de 20 espectáculos, sendo de destacar:
Música e Poesia de Vinicus de Moraes; TP50 Toca e Canta Tom Jobim; Bossa Nova com Xixel; TP50 interpreta Elis Regina; Zeca Afonso: Maior que o Pensamento; TP50 - Tributo Hortêncio Langa; TP50 - Olhar Moçambique | Tributo Calane da Silva.
O show tem o patrocínio da DSTV e apoio da Água Matisana, Physical, Wine Lovers e Teatro Avenida. A produção está ao cargo da Still Standing.

“Luvano” Uma vida eternizada pelas lentes do Adiodato Gomes


Adiodato Gomes é um apaixonado fotógrafo moçambicano. Gosta de fotografar em estúdio, pois é la onde sente-se a vontade em realizar o seu trabalho. E fotografar, para ele, é uma profissão por qual tem orgulho, mesmo sem receber grande respeito “só aqueles que aceitam o nosso preço é que nos valorizam, porque sabem o que estão apagar…”

É o resultado da sua relação com a fotografia e com objetos do seu estúdio que o jovem fotografo moçambicano apresentou na última quinta-feira (07) uma exposição que tem como lugar Fundação Fernando Leito Couto, na cidade de Maputo. Nesta amostra que intitulou “Luvano”, Adiodato marca o início da sua carreira individual. Esse é o propósito dessa aparição pública deste retratista que ganhou paixão pela fotografia registando momentos de espetáculos musicais por si produzidos.

Com a curadoria de Filipe Branquinho, a exposição é composta por um conjunto de fotografias de estúdio, que retratam uma mulher grávida. A valorização do corpo feminino foi enriquecida pela arte da pintura corporal.

Três artistas, três nacionalidades, um propósito: celebrar a mulher, celebrar a vida. Léa Barreau-Tran, de origem francesa, é artista de pinturas corporais. Tendo feito trabalhos em vários países, Léa encontrou em Thobile, cantora da Swazilandia, a tela para a sua arte, enaltecendo a beleza africana da cantora. Na perpetuação destas imagens surge a participação do fotógrafo moçambicano Adiodato Gomes, com larga experiência em foto, com especial ênfase em retrato de estúdio.

“Luvano” surgi como ideia de homenagear o filho da Thobile, que é a modelo deste ensaio fotográfico. “Este trabalho foi uma ideia da Léa, em querer produzir uma pintura corporal e registar, e mais tarde implementei para que fosse um projeto, mas isso depois de 1 ano”, conta Adiodato que iniciou este ensaio em 2013.
São no total 17 fotografias expostas, com uma única modelo, e como o resultado “espero que tenha um bom retorno, uma vez que não se está habituado a ver-se este tipo de fotografia em paredes”, disse.
Adiodato Gomes que tem como suas referências, na fotografia, Filipe Branquinho, Mauro Pinto, Mario Macilau, Yassimine Forte, Sebastião Salgado, Steve McCurry e Carla Bessa, afirma que a vida de um fotógrafo é igual a qualquer uma, “só que esta também não é fácil porque o fotógrafo esta sempre a investigar para que tenha bons resultados em seus trabalhos…”, realçou.
Gomes, que para além de fotografia, faz produção de espetáculos musicais, diz que tem muitos projectos na manga, para alem deste, já trabalha para a próxima exposição individual que vai ser em Dezembro  no Centro Cultural Franco Moçambicano em Maputo.
Sobre Adiodato Gomes!

Adiodato Gomes nasceu em Maputo-Moçambique a 7 Agosto de 1972 e tem vindo a desenvolver uma presença cada vez mais constante na cena cultural moçambicana, mais particularmente em Maputo. Iniciou a sua carreira na área da produção de eventos, tendo trabalhado com diversos artistas, entre os quais Stewart Sukuma, Ghorwane, Carlos Gove, Deodato Siquir, Mingas, Chico Antonio. Ao longo do seu percurso na área da produção de eventos, surgiu a paixão pela fotografia.


Atualmente, contando com larga experiência em fotografia, com especial ênfase trabalho de estúdio (maioritariamente com artistas), Adiodato marcou já presença em diversas exposições colectivas. A estima do fotógrafo pelas questões da mulher e de género é clara e assume um papel crescente ao longo da sua carreira. Além de várias sessões em estúdio focadas em exaltar o feminino, importa destacar a dupla participação de Adiodato no concurso ‘Mulheres & Fronteiras’ promovido pelo Centro Cultural Franco Moçambicano.

Carlos Pedro Monlhane lança o livro “Código Penal Anotado e Comentado”


 “Código Penal Anotado e Comentado”

O Juiz-Presidente da Associação Moçambicana dos Juízes (AMJ), Carlos Pedro Mondlane, lança no próximo dia 14 do corrente Mês, em Maputo, o livro “Código Penal Anotado e Comentado” na sua segunda edição, contando com 1175 páginas, a obra saí sob a chancela da escolar editoras.


O livro que atem-se sob as ultimas alterações que foram introduzidas no código do processo civil pelos decretos n.º 1/2005 e 1/2009, divide-se em quatro capítulos, designadamente Espactos Culturais Moçambicano; Glossário Básico da Linguagem Judiciaria; Código do processo Civil Anotado e Comentado e Índice Remissivo.

O autor acredita, em relação a parte cultural, que a pretensão é divulgar, nos seus escritos, obras literárias de autores moçambicanos. Em tempos destacou a poesia libertadora do Marcelino dos Santos, e desta vez cabe a José Craveirinha que se registou como um embondeiro na cena literária domestica e não só.

O Glossário Básico da Linguagem Judicial regista a segunda parte da obra, que é um dicionário específico usado pelos atores jurídicos e judiciários.
A terceira parte, considerada neurálgica, é a incursão no processo civil moçambicano, dividida entre a geral e a especial do processo. O autor adentra em cada um dos dispositivos do CPC e referência, para a sua melhor compreensão, todas leis conexas, sejam provenientes do direito substantivo ou adjetivo. Neste ínterim, o autor serve-se da norma constitucional, dos tratados internacionais e de legislação ordinária de interesse.

A quarta e a última parte do livro é o índice remissivo. E tem-se como vantagem deste instrumento, o simples facto de permitir ao utilizador localizar o dispositivo de interesse através de palavras-chave.
O autor referencia que de ponto de vista formal, a grande valia desta obra é permitir que num único instrumento os operadores jurídicos possam encontrar, de uma forma rica e sistematizada, a melhor compreensão da lei fundamental do processo civil por referenciar á legislação conexa, doutrina nacional e estrangeiro e jurisprudência do tribunal supremo.
Carlos Pedro Mondlane é jurista, Mestre em Direito Empresarial pela Universidade Católica de Moçambique (2015), licenciado em Direito pela faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane (2013), Juiz de direito desde 2008, tem varias duplicações no mercado.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Em livro, Júlio Silva Revaloriza instrumentos tradicionais de Moçambique

Ao som de vários instrumentos tradicionais, Júlio Silva fez, durante 15 anos, incursões a uma cultura que diz ser relegado á condição do mundo. Os instrumentos tradicionais, que a fazem vibrar, são dos artistas, ecoam das cabanas, quintais e aldeias dos artistas, que para o musico-escritor tem um lugar por debaixo da lua e do sol que ilumina o nosso meio. É neste caminho que o musico-escritor produziu este livro, “Instrumentos Musicais Tradicionais de Moçambique”, lançada na semana finda em Maputo.


Como garimpeiro, Júlio Silva partiu a busca de uma realidade que sabia que existia, porque evidente. A sua pesquisa foi, de ponto de vista de premissa, fácil, já que o musico-escritor, é educado num meio artístico-cultural, indignava-se quase sempre“ porque é que Moçambique não divulga a sua história, a sua fora cultural?”

“Há muitos instrumentos que encontrei que só tem a ver com o mundo espiritual aqui internamente, e é ingressado que muitos desses instrumentos são muito usados no Brasil, a “Cuica” por exemplo, é muito usual no carnaval, mas aqui encontramos em Maputo, na zona de Bela Vista, e só em casa de curandeiro, e é um instrumento sagrado e escondido. E como isso não é visível, as pessoas não sabem que isso é nosso”, conta o autor que para produzir este livro conversou, em varias sessões de entrevistas, com pessoas de todo o país.

“Fiz intensas pesquisas e conversei muito com pessoas de diferentes localidades, o que me possibilitou conhecer muito do que não sabia e nem imaginava. Eles foram mais que fontes para eu escrever, são também co - autores do livro” justifica Júlio Silva, que diz, “foi a partir de muitos velhotes que descobre excessiva realidade escondida” atribui um grande reconhecimento a todos esses fontes.

Segundo o Silva, essa co - atribuição a essas pessoas é mais do que um reconhecimento a fontes para se interessante, tal é a quantidade de histórias que contaram. “É um reconhecimento de que temos muito mais autores de histórias do nosso país. As vezes nem sempre são os que escrevem, mas são grandes autores. É o caso dos parceiros que encontrei durante o percurso”.

“Instrumentos Musicais Tradicionais de Moçambique” é uma espécie de uma denúncia que o Júlio Silva faz em relação ao certo esquecimento e não vontade politica de ir a busca daquilo que é a verdadeira história cultural de um povo. Em espécie de exigência de um reconhecimento para as tradições africanas, sobre tudo moçambicano, crenças, sonoridades, e formas de fazer a arte, o autor precisa o valor quase perdido do património moçambicano, “ não se manifesta nenhuma vontade politica de recuperar aquilo que é nosso. E depois, com a escravatura, muita coisa foi parar em outros cantos, europas e nas américas, e aqueles povos la reinventaram muitos desses instrumentos, tornaram a as mais coloridas e comercializam, e parece que nos já não temos como dizer que isso é nosso. As gerações de agora, por sinal, pensam que aquilo é outrem, mas não, a nossa história não aprofunda essas matérias”, desabafa.

Júlio afirma que há risco de muitos instrumentos desaparecerem, “muitas das minhas fontes só explicavam oralmente ou desenhavam o que tocavam, daí, eu ia a procura e encontrava aquilo já aos pedaços, e os filhos desses tocadores não deram continuidade, muitos fugiram por causa da guerra e da fome, não deram progressão as tradições”, explicou.

Em relação a visibilidade dos instrumentos tradicionais moçambicanos na diáspora, o autor afirma que  há necessidade de se  gravar os nossos festivais, apresentar mais a fabricação dos nossos instrumentos e isso passar a nível internacional, ai as pessoas vão ter a noção da proveniência desses instrumentos e como saíram daqui, “Porque não é apenas relatar a fabricação, temos também de ilustrar como foi a viagem desses mesmos instrumentos para diversos cantos do mundo. O exemplo de milhares de escravos que foram para o Brasil e o Berimbau la, é o nosso Chitende, e existem milhares de Quilombos de origem moçambicana. O que se vê depois é a falta um intercâmbio, não há um trabalho do fundo que faz-se com essa descendência moçambicana”, conclui.


“Instrumentos Musicais Tradicionais de Moçambique” foi chancelado pela Editora Paulinas, estando quase a esgotar no mercado. Pela resposta que a obra teve por parte dos interessados na matéria, o autor e a editora prometem esforçar-se para que haja mais edições.

sábado, 2 de julho de 2016

Moçambique sem filmes para exibir na Semana de Cinema Africano


Maputo acolhe, de 7 a 13 de Julho, á quarta edição da Semana de Cinema Africano Moçambique 2016. Longas – metragens de países como Africa do Sul, Guiné-Bissau, Etiópia, Costa de Marfim, Quénia e Maurícias, produzidas entre 2014 e 2015, farão parte do principal programa deste ano. Moçambique não exibe nenhum filme na presente edição.




A Indústria cinematográfica moçambicana não consegue produzir filmes para projetos de exibição de longas-metragens anuais como Semana de Cinema Africano, que este ano vai na sua quarta edição. João Ribeiro, Diretor deste projeto, afirma que há risco de também nas próximas edições Moçambique não se fazer presente nesta plataforma de amostra cinematográfica, se continuar no mesmo ritmo de produção.

A 4ª SEMANA DE CINEMA AFRICANO - MOÇAMBIQUE 2016 – MAFW, vai materializar-se na projecção de 13 filmes em 7 dias de exibição em três cidades do país. A Semana acontecerá este ano em Maputo de 7 a 13 de Julho, de 21 a 27 de Julho na Beira e de 4 a 10 de Agostoem Inhambane. Como habitual, havera 2 programas de exibição de filmes africanos (exclusivamente longas metragens de ficção) e um programa pedagógico e de discussão/análise junto da Universidade Eduardo Mondlane (ECA) e do ISARC onde participarão Cineastas nacionais e estrangeiros (na cidade de Maputo). Os programas de exibição serão compostos por estreias nacionais no Programa Principal e pelo Programa de Clássicos Africanos.