sábado, 27 de agosto de 2016

Grupo MAKWERHO O teatro como terapia social

Desde a sua formação há mais de 8 anos o Makwerho tem privilegiado levar ao palco e as comunidades peças teatrais com uma forte componente de intervenção social, debatendo, de forma critica e cómica, os problemas do nosso tempo e incentivando a uma participação responsável e comprometida.

Neste domínio, as peças são fruto de inspiração cotidiana alicerçada por vários autores de literatura moçambicana e mundial.

Desta vez, o principal motivo da aparição desde coletivo, é o brinde “A falecida” uma das melhores peças, de 1953, de Nelson Rodrigues, uma das suas tragédias cariocas, ou farsas trágicas, adaptada por este grupo “Makwerhu”, para o contexto moçambicano de hoje. Zulmira passou a morar no Bairro de Magoanine e, graças à universalidade das personagens de Nelson Rodrigues, a peça entrou perfeitamente no cenário actual de Maputo.

A peça retrata a história de Zulmira, uma jovem mulher do subúrbio, que pressente a sua própria morte e que, para compensar as frustrações da sua vida, procura organizar para ela mesma o enterro mais luxuoso de todos os tempos.

Apresentada pela primeira vez no passado dia 12 de Junho, durante o 13° Festival de Teatro de Inverno de Maputo, e muito recentemente, na última semana no Centro Cultural Franco Moçambicano, em Maputo, encerando a presente temporada, a peça foi uma das criações que se destacaram durante o evento, revelando, mais uma vez, o grande potencial dos jovens actores do grupo Makwerhu.

O encenador pretende muito levar este grupo para outras paradas, sente ele que este coletivo tem muito para dar, “num futuro próximo vamos fazer um torne pelas província, e vamos participar ativamente na próxima temporada do Teatro Avenida, e esta em vista uma digressão polos países da lusofonia, destacou.

O encenador desta peça, Guilherme Thieriot, franco-brasileiro, falou para o nosso Jornal em relação a esta produção com o agrupamento Makwerhu, “ conheci este grupo a um ano e meio atrás, quando fazia uma parte do meu trabalho em Moçambique, que é de cooperação, e fazíamos intervenções nas escolas secundarias sobre Violência Domestica sendo este o grupo que nos encomendaram na altura, pois eles tinham uma cena curta que retratava essa questão”. Explicou.

Mais trabalhos, de caracter social, foram desenvolvidas entre o encenador e este colectivo, a procura de um grupo com fortes características de personagens suburbanas foi um dos motivos que levou o encenador a colaborar com esse coletivo, muito pela natureza das peças e da mensagem elas carregam.
Essa peça já foi apresentada na última edição do Festival de Inverno, na Escola Francesa e na Província de Inhambane, o Guilherme considera que o fedback sempre foi ótimo e “ pelo retorno que tivemos, acho que atingimos os nossos objectivos, que é divertir as pessoas, passando por cima uma certa mensagem apelativa, e claramente ver o nível da nossa criação em relação a eficácia”, aludiu.

O Makwerho tem privilégio de intercâmbios com companhias, encenadores e diretores moçambicanos e estrangeiros, são o caso de Eliot Elex, Associação da Casa Velha, Associação Girasol, Grupo de tetro de Oprimido, Gulherme Thieriot (Franca), entre outros.

O grupo surge como fruto do projecto de formação de actores e criação de obras teatrais religiosas, comunitárias na igreja nossa Sra. Aparecida de Mavalane, no bairro de Mavalane B, perto da Avenida FPLM.

MAKWERHO significa irmão nas línguas nacionais de Moçambique (Ronga e Changana), por se tratar de um grupo que se dedica a levantamento de actos morais com base na irmandade. Tem como seus membros Dany Banze, Helder Bata, Cris, Estreanty, Festinhas Honuwana, Orlas Intimane, Jeff Maria, Jhon Thomas e Cesária Vuende.


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